Megamente

Uaréview
Por Monitor


Quando nasce um vilão? Porque ele se torna mal e começa a ameaçar as pessoas? Tudo na vida pode ser tão preto e branco assim? A Dreamworks Animation está aos poucos se livrando da cara de “apenas filmes divertidos” e tentado se diversificar e se aprofundar nas suas historias. Kung Fu Panda, por exemplo, tem as piadinhas de praxe, mas uma historia enxuta e cenas de ação maravilhosamente coreografadas, assim como seu melhor filme até então “Como Treinar Seu Dragão“. Como o estudio se saiu com Megamente?


Megamente, originalmente conhecido como Oobermind, é o unico sobrevivente do seu planeta natal, do qual quadrante inteiro foi engolido por um buraco negro. Mas um outro cientista, de outro planeta também engolido pelo buraco negro, enviou o seu filho PERRRRRRRFEITOOOOOOOOO (Mojica feelings) também num foguete para ser salvo da destruição. Ambos caem na terra, mas enquanto o futuro vilão a ser conhecido como Megamente (Will Ferrel) cai numa cadeia, o heroi a ser conhecido como MetroMan (Brad Pitt) cai numa mansão de bilhardarios. Anos depois, cada um na sua posição de arqui-inimigos, eles se enfrentam naquilo que será sua ultima batalha, já que surpreendementemente Megamente mata seu rival e domina a cidade.


Com a cidade dominada, muitos ficam tristes, incluindo o flerte de MetroMan e reporter da cidade, Roxanne Ritchi (Tina Fey), unica pessoa que fica contra o novo reinado do vilão. Mas Megamente está deprimido, já que com seu inimigo morto e a cidade dominada, ele fica sem objetivos na vida. Junto com seu velho companheiro de crimes (David Cross) eles decidem criar um novo heroi, que acaba sendo o camera-man apaixonado por Roxanne, que se torna o Titã (Jonah Hill). Mas Titã fica descontrolado e Megamente se vê na posição de ser o heroi da vez.


O filme pega do exemplo clássico formado pelo Superman para contar a historia, afinal o esquema utilizado alí não funciona pra todos os supervilões do planeta. A ideia do filme é que, assim como a vida real, nem tudo é preto no branco, e que podemos ser o que quisermos. Os vilões do filme ficam assim por dois motivos principais: não se encaixam com a considerada “sociedade perfeita” e que não tiveram oportunidade de mostram o quanto são bons. Isso vai deixa-los com a unica opção de serem maus, mais por tentar obter o respeito nunca adquirido do que planos de dominação global e etc.


E assim como falei que o exemplo não pode ser utilizado para todos os vilões, o proprio filme mostra o contrario dizendo que o exemplo do Megamente não pode ser utilizado para todos os heróis. Titã sempre foi egoista e mesquinho, e com os super poderes, isso amplificou ainda mais. Já Megamente, que passou a demonstrar um lado bom disfarçado de Bernard (Ben Stiller), percebe que cometeu um erro e tem medo de dar um passo adiante sobre carregar a responsabilidade de ser um heroi de fato.


O filme todo carrega a ideia de que os peso do mundo está mal distribuido entre os herois e vilões, e que podemos ser o que quisermos, pois aquilo que nos transforma em cliches do que seja bom ou mal é a sensação de controle que o mundo externo tem sobre a gente, e não ao contrario. Só nos tornamos felizes plenamente quando nos conhecemos melhor.


Tom McGrath, que dirigiu Madagascar 1 e 2, trás um filme leve e divertido, que mesmo com as piadinhas que fazem a má fama do estudio, não chega a destruir a graça e o divertimendo desses momentos, e sendo sim uma peça importante no amadurecimento das tramas do estudio. Varias citações a outros herois, seja dos games ou até do cinema estão presentes, assim como o 3D funciona muito melhor com animações. A trilha sonora tem heavy metal, isso é bom, mas é o pacotão basico de cliches do gênero, o que eu considero algo ruim.


Mas a comparação inevitavel com Os Incriveis nos leva a pergunta: seria Megamente o lado oposto do filme da Pixar? E é, mas falando positivamente. Se Os Incriveis mostra o lado das pessoas relembrando ser herois, Megamente mostra vilões (e herois) tendo a oportunidade de serem pessoas, e tendo finalmente oportunidade sobre aquilo que podem salvar: não a cidade, nem a mocinha, mas seu proprio papel no mundo.

NOTA: 8,5

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