Uaréva! Uaréview Uaréview: Paraíba

Uaréview: Paraíba


Sinopse: Fernando finge que fuma para ter uma desculpa para descer do escritório e ganhar algum tempo ao ar livre. No térreo do prédio em que trabalha, encontra Bruno, um antigo colega dos tempos de escola, de quem sente uma certa inveja. Em meio à conversa, Bruno lhe apresenta Laura, uma jovem atriz. A história narra o relacionamento dos dois, por meio da intercalação de diferentes tempos e espaços.

Desde a primeira vez que li sobre a existência desse quadrinho me interessei, não só pelo óbvio de ter o nome do estado que moro ou os personagens quererem se mudar para a cidade que moro, mas os desenhos e a ideia em torno da história me fascinaram de primeira.

Gabriel Mourão consegue em seu roteiro dar uma boa fluidez entre os tempos narrativos, deixar os diálogos bem naturais e, ao mesmo tempo, saber dosar os “tons” que a história pede (indo do mais realista ao lúdico) trabalhando os personagens nos seus detalhes.

Não temos um extenso background dos protagonistas, seu histórico, personalidades e trejeitos nos são colocados entre um gole e outro, entre uma fatia e outra. O autor faz uma primorosa receita de se contar um momento na vida de quatro pessoas.

A arte de Olavo Costa também é espetacular usando as cores quentes para retratar bem o ar de paraíso que João Pessoa pode ser, assim como as vontades, sonhos e relação dos personagens. Suas páginas duplas clamam por serem emolduradas.

O ponto negativo da obra é sua curta duração, o que nos deixa sem algumas respostas, mas, claro, é proposital para nos fazer pensar e imaginar o além e o antes do que foi contado. Entretanto, senti falta de um movimento maior dentro do conflito, mesmo que histórias que em teoria “nada acontece de fato” sejam algumas das minhas preferidas.

Enfim, fica a dica para quem puder ler essa pérola publicada pela Sesi Quadrinhos, seja você da Paraíba, de João Pessoa, ou não.

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Jornalista, Mestre em Comunicação, autor dos livros O Maior Espetáculo da Terra (Editora Penalux, 2018), MicroAmores (Escaleras, 2020) e Grãos de Areia (Urutau, 2022)

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