Uaréva! Batman,Cinema,DC,DC Comics O Robin fala sobre o fim da trilogia Batman do Nolan

O Robin fala sobre o fim da trilogia Batman do Nolan


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Joseph Gordon-Levitt, que interpretou John “Robin” Blake no último filme da trilogia Dark Knight de Christopher Nolan, recentemente deu uma entrevista ao Cinema Blend para promover o seu filme Snowden (em que interpreta Edward Snowden), mas acabou sendo questionado pelo site se ele teria interesse em ter feito a continuação de The Dark Knight Rises, afinal, presume-se, ele herdou o manto do Batman no final do longa.

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Eu sei que nos acostumamos com o estilo dos filmes da Marvel, que são tipo uma série infinita. Eles não tem exatamente um começo, meio e fim. Mas eu acho que o Nolan pensou naquele filme como uma conclusão e existe um tema que corre por todos aqueles três filmes, que começa no primeiro, se desenvolve no segundo e se conclui no momento em que o Batman é mais do que um homem, Batman é um símbolo. E então tem outro homem, que não Bruce Wayne, se tornando o Batman no fim da trilogia, e eu acho que é o final perfeito para aquela história.

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Logicamente a questão foi feita por conta do ainda controverso Universo DC compartilhado nos cinemas. Muita gente defende que a trilogia do Nolan deveria ser o ponto de partida desse universo. Indiscutivelmente, a qualidade e a popularidade dos filmes da trilogia seriam perfeitos para elencar esse universo, baseado em algo já estabelecido e de sucesso.
Porém não me parece a melhor saída, por dois motivos. A trama dos filmes de Christopher Nolen e Christian Bale era baseado demais em um universo realista. Tanto que, muitas vezes, a trilogia se parecia com um grande filme policial que tinha o Batman, e não um grande filme de super-heróis, como estávamos acostumados. Incluir alienígenas, amazonas, atlantes e meta humanos nessa realidade seria bastante estranho. O segundo motivo é que eu concordo com Gordon-Levitt. O final da trilogia Dark Knight foi perfeito.

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Calma, calma. Eu sei de todos os defeitos do último filme. Dark Knight Rises é, sem dúvidas, o elo mais fraco da trilogia. Furos de roteiros que são verdadeiros rombos, saídas bizarras – oi, essa é uma bomba que tem um timer de 3 meses – e reviravoltas bastante forçadas. Mas – e sempre tem um mas – ela encerra aquela história satisfatoriamente. Mais do que isso, ela dá ao Batman um final digno que sempre lhe foi negado. Em quase todas as mídias, o final de Bruce Wayne é depressivo e melancólico. A obsessão dele pela morte dos pais, por controle, por ser o Batman, por erradicar o mal do mundo, nunca é superada. Basta pensar em Cavaleiro das Trevas ou Kingdom Come, ambas obras magníficas, mas que mostram um Bruce Wayne solitário, depressivo, obcecado, que nunca abandonará as trevas. O Batman de Christopher Nolan foi construído de uma forma diferente: ele quer inspirar as pessoas a serem melhores. E por isso ele quer criar um exemplo a ser seguido.

E quando finalmente tem sucesso, quando enfim o Batman se torna mais do que uma pessoa,  um símbolo que traz ESPERANÇA, ele pode deixar o manto e ir viver uma vida feliz, deixando o homem morcego pra trás.

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Pela primeira vez, um Bruce Wayne teve um final feliz. Deixem ele assim…

 

Designer gráfico por vocação, publicitário por formação, filósofo por piração.

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