É, essa mania da Marvel dizer que tudo está conectado e não levar a parada a sério uma hora ia estourar.
Pois é, porque desde que o primeiro Homem de Ferro foi pros cinemas, a promessa era de um grande universo totalmente compartilhado, com tudo que ocorre reverberando em todos os produtos da empresa. E bem, quem acompanha Agents of Shield e as séries da Netflix sabe que não é bem assim que a banda toca.
Acontece que saiu lá no Bleeding Cool: Chloe Bennet, a ex-Skye, atual, Daisy Johnson, aka Tremor, da série Agents of Shield soltou o verbo em uma painel da Wizard World de Des Moines, em Iowa.
Quando questionada se existia algum outro Inumano que ela gostaria de ver na série, a atriz rasgou elogios a personagem Yo-Yo (que aparece na série), mas levantou a bola que estava pronta para uma aparição de Steve Rogers, Natasha Romanoff ou Tony Stark no seriado.
“E assim, onde está Romanoff? Onde estão os Vingadores?” – Respondeu ela para o público.
A conversa seguiu até que perguntaram para ela sobre o Colméia (Hive, vilão da temporada), e se os Vingadores não iriam se envolver com um vilão tão poderoso agindo na Terra.
“Eu não sei. Pessoas que fazem os filmes para a Marvel, por que vocês não tomam conhecimento do que acontece no nosso programa? Por que vocês não perguntam a eles? Porque parece que eles não dão a mínima.”
Depois perguntaram para Chloe se ela se via tendo aparições nos filmes da Marvel, e ela respondeu que adoraria. MAS: “O MCU ama fingir que tudo está conectado, mas eles não tem conhecimento do nosso programa. Então, eu amaria isso acontecer, mas não vejo eles aceitando essa ideia.”
E a atriz tem toda a razão pra estar puta de sua cara mesmo.
Eu entendo totalmente que existam várias coisas que dificultem os crossovers e citações das séries nos filmes, como os diretores e produtores e o próprio Kevin Feige já explicaram. Mas isso não é desculpa. A Marvel propôs algo ao público – que tudo faz parte de um só universo – e não está cumprindo o prometido. Ora, se fosse para ignorar o que ocorre nas séries, que criassem um universo a parte, tal qual faz a Warner, mantendo os filmes e as séries da DC separados.
Seria relativamente simples incluir referências às séries sem precisar enfiar o elenco televisivo no cinema. Em Guerra Civil, que trata exatamente em primeira instância da existência de heróis no mundo, bastaria o General Ross falar de uma proliferação de super seres (se referindo aos Inumanos que estão pipocando em AoS); dizer que vigilantes acabam por influenciar malucos psicóticos a fazerem justiça pelas próprias mãos (e fazer alguma referência ao estrago cometido pelo Justiceiro na série do Demolidor), por exemplo. Isso não demandaria nenhuma alteração drástica de roteiro.
Qualquer pequeno comentário que levante um aceno para as séries já conectaria tudo. Do contrário, com as referências aparecendo apenas nas produções “menos importantes”, as séries parecem ser aquele irmão mais novo que fica mendigando atenção do mais velho. As ligações acabam ficando forçadas, pois são unidirecionais, perde a coesão de Universo e tudo parece “ah, é mentirinha”.
Marvel, melhore.