“A melhor coisa que duas pessoas podem fazer juntas
é nunca se conhecerem de verdade”
A primeira vez que vi a série foi exatamente o último episódio da primeira temporada e por acaso, sem entender o que se passava perdi alguns simbolismos interessantes, mas senti mesmo assim a qualidade e sensibilidade da produção. Retornando agora vendo tudo de uma só vez pude confirmar tal percepção.
3 Teresas é uma bela série brasileira exibida pelo canal a cabo GNT, que conta os percalços de três gerações de uma mesma família: Terezinha (a avó – Cláudia Mello), Tereza (a filha – Denise Fraga) e Tetê (a neta – Manoela Aliperti), que passam a morar juntas quando Tereza se separa do marido.
Trabalhando com carinho e de forma suave cada um dos problemas típicos passados pelas mulheres em momentos cronológicos distintos de suas vidas – e o relacionamento entre elas -, a série consegue ser uma boa surpresa na teledramaturgia desse ano.
Apesar de algumas coisas previsíveis aqui e acolá, trata de forma pouco preocupada com o politicamente correto ou julgamentos em temas considerados ainda (infelizmente) tabus, como drogas, sexo e, diria até, amor. Afinal, se fala tanto de amor hoje em dia, mas ainda sim um amor “tabuzado”, dentro de uma lógica idealista e pouco real.
Sem querer ser panfletária, e muito menos extreme densa, 3 Teresas nos trás um drama quando deve e um constante humor irônico bem apropriado e colocado, mostrando o cotidiano das personagens com naturalidade e sem sensacionalismos ou exageros típicos de produções televisivas que nos acostumamos a ver.
No campo da atuação, Denise Fraga arrebenta como sempre, mostrando o sentimento de peso nas costas que a personagem sente, defendendo bem seu papel assim como Cláudia Mello e Manoela Aliperti.
Não poderia deixar de falar da boa trilha sonora, marca registrada das séries do canal, que tem desde The Who, White Stripes e Nirvana a produtos nacionais como os Titãs (quando ainda eram bons), Los Hermanos e Mutantes.
Seja pela curiosidade, ou por gostar de se “meter” na vida de famílias um tanto disfuncionais, é muito recomendado prestigiar mais uma boa nova série brasileira em meio a trabalhos bem menos interessantes – e sim, falo de vocês series de comédias sem graça.