Hello padawans! Essa semana no CQB um ataque monstruoso, um cabra arretado, duas coletâneas, uma sobre cultura local e outra sobre um esporte criado na Inglaterra. Então não perca tempo e confira logo.
Monstros (Gustavo Duarte)
Chargista de longa data, Gustavo Duarte é um conhecedor exímio da arte de comunicar só por imagens, sem o uso do recurso verbal. Nessa nova empreitada conta uma ataque de monstros tipicamente “japoneses” a cidade de Santos, repleta de humor, cenas de ação e referencias a cultura pop e personalidades. Um mais que recomendado trabalho.
Nota: 9
O Cabra (Flávio Luiz)
Há muito tempo atrás eu tive uma ideia de uma história futuristica com referencias ao Nordeste, Paraíba e cultura regional nossa de cada dia. Uns amigos até tiravam onda dizendo que ia ter uma “peixeira de luz”, em referencia óbvio a Guerra nas Estrelas.
Então, quando vi uma HQ futurista pos-apocalíptica com um cangaceiro como protagonista era claro que eu precisava lê-la.
O trabalho do Flávio Luiz é muito divertido, entretenimento puro com uma pegada Blacksploitation e boas referencias culturais inseridas em um contexto sci-fi. E ouvindo a peregrinação independente que o autor teve para conseguir públicar essa edição, valorizo ainda mais.
Espero que sequencias venham, e queria bonecos colecionáveis desse universo, principalmente da Tanajura!
Nota: 9
Maturi #6
Eu não conhecia a revista Maturi, nem a versão antiga mais fanzine, nem a sua última encarnação. Na FLIQ Natal desse ano fiquei conhecendo a obra e dos seis números produzidos na sua nova versão comprei a última.
Fiquei muito feliz de ver em um Estado vizinho ao nosso se tenha ainda essa luta pela divulgação do trabalho de artistas locais. Com todas as dificuldades, o Gru
pehq (Grupo de Pesquisa e Histórias em Quadrinhos) criado em 1971 conseguiu produzir uma boa mostra do que é produzido pelos potiguares e da cultura e lendas locais.
Das várias histórias, destacaria “EU vejo a Cidade” (texto: Luiz Elson Dantas, Arte: Francisco Eduardo, Montagem e letras: Luis Borges), que fala de forma bela da cidade de Natal com pintura em óleo e aquarela. Também destaco “Estrela do Mar” (História e Arte: Williandi) que com um desenho em preto e branco muito bonito, fala da relação das pessoas com o mar, utilizando a lenda das sereias.
Enfim, é muito recomendado para quem de fato gosta de quadrinhos e o vê como uma expressão cultural de seu povo, mas do que simples comercio. Espero que nas bandas paraibanas algo assim surja logo e seja recorrente, sonhar não custa nada.
Nota: 8.5
Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol
A coletânea de histórias sobre futebol esteve envolvida em polêmica por ter sido escolhida para ser usada em escolas, mas como no Brasil sempre tem algum idiota que não faz seu trabalho direito, colocaram para uma faixa etária não adequada ao conteúdo da revista e, ao invés, de criticarem quem organizou isso tentaram fazer uma caça as bruxas as quadrinhos novamente.
Mas tirando a polêmica da equação, a revista tem sim boas histórias e visões bem interessantes sobre essa que é considerada (e acho um exagero) a paixão nacional, indo desde o humor em cima da velha pelada amadora, até criticas sutis ao próprio esporte, passando por narrativas um tanto quanto caóticas sobre o cotidiano da cidade. Mas destacaria aqui além do, já lugar comum, trabalho dos gêmeos Bá e Moon, mostrando um olhar mais detalhado acerca de um lance de gol, e o de Maringoni, que fala sobre o tão normal sonho de garoto em ser um grande craque e o presente não tão simples assim.
Enfim, não acho que a revista completamente boa, mas tem seus méritos e abarca bem esse universo futebolístico, merecendo até outros volumes com mais convidados e olhares distintos.
Nota: 8.5.