Nesta edição desta magnifica coluna conheça o trabalho do paraibano Shiko, uma das últimas viagens psicodélicas de Ted McKeever, o número zero das histórias do Morcego de Gotham e uma versão bem interessante de Deus.
Marginal (Shiko)
Eu não tive o prazer de acompanhar “em tempo real” os lançamentos dos fanzines, como o autor intitulava, de Shiko na sua época. Só conheci o trabalho desse paraibano a partir de Bluenote, feito em conjunto com o também paraibano Biu, e através de seu Flicr: Derbyblue.
Por isso tinha curiosidade de ver como eram os primórdios do talento de Shiko. E agora que pude ler essa coletânea dos melhores trabalhos que saiam no Marginal Zine, fiquei muito satisfeito com a leitura que tive. As histórias versam sobre o cotidiano comum urbano, acredito que até tem algo de biográfico ai, e inspirações em trabalhos literários do gosto do autor, além de sutis, e algumas bem declaradas, referencias da cultura pop – bem característico de seus trabalhos.
Muito legal antes de por os olhos em O Quinze, versão em quadrinhos da obra de Rachel de Queiroz, roteirizada e desenhado por Shiko, e no seu vindouro “Graphic MSP – Piteco” , poder ter esse olhar sobre o inicio de tudo e perceber a evolução de seu trabalho.
A edição da Marca de Fantasia é curtinha, 52p. 14x20cm, e custa R$10,00. Pode ser encomendada pelo site da editora:
Nota: 7.5
Meta #4
A HQ é uma minissérie em cinco edições feita por Ted McKeever e publicada pela Shadowline . Começa quando um astronauta acorda em uma praia com amnésia. Ele encontra uma mulher grande e musculosa chamada “Gasolina”, que só fala com ícones e está vestida com um traje semelhante ao de Papai Noel . Em seu corpo, o astronauta percebe um número de cicatrizes que ele não pode explicar.
McKeever descreveu o trabalho como “uma jornada de auto-descoberta em uma viagem de pesadelos bizarros, romance torcida e a insanidade cômica científica, abrangendo desde Coney Island à desolada Centro-Oeste”.
McKeever faz uma obra bem, digamos, estranha. É preciso dar uma segunda lida, uma terceira, quarta, quinta, para entender bem as coisas, e mesmo assim, acredito que nem tudo estará explicado. Os desenhos são muito bons, e tem reflexões sobre a existência humana bem interessantes.
Nota: 8.0
Batman #0
Esse Batman, é o Scott Snyder sambando e mostrando como em uma única edição se estabelece boas fundações para um personagem. Além de mostrar o Batman antes do Batman, pontua bem como eram seus aliados: Dick – ainda como um Grayson Voador, Jason – como um meliante arrependido, e Tim Drake – como um gênio juvenil.
Nota: 9.5
Deus, essa gostosa:
Rafael Campos é um autor sarcástico, polêmico, divertido. Sua versão de Deus nos trás uma morena, como o próprio titulo diz, uma gostosa de primeira, fogosa e descontraída.
Com 7 capítulos, referentes aos sete dias bíblicos da construção do mundo, vemos todo tipo de aventura sexual da personagem e junto com isso muito das reflexões e pensamentos do próprio autor. Uma pequena “gênesis” para se viver a vida melhor e com menos preocupações, mas, claro, não acessível a quem não fizer essa viagem de mente aberta.
Nota: 9.0