Salve salve simpatia! Hoje vou falar da Samichlaus, uma cerveja que eu estava muito ansioso pra tomar! Será que valeu a pena? Confira comigo no replay!
Mas antes como é de costume vamos contar a historia da cervejaria, da cerveja e do estilo.
A Samichlaus é uma doppelbock. As doppelbocks são uma especialidade da Bavaria, primeiramente fabricada em Munique pelos monges de São Francisco de Paula. As versões históricas da cerveja eram bem menos atenuadas que as versões modernas, e por consequência mais doce e menos alcoólica (era considerada o “pão liquido” pelos monges). O termo doppel (duplo) bock foi cunhado pelos beberrões de Munique. Muitas doppelbocks tem o nome com a terminação “-ator”, ou como uma homenagem para o protótipo Salvator ou para tirar vantagem da popularidade, e geralmente são consumidas no inverno como se fosse um conhaque.
Inicialmente produzida pela Cervejaria Hurlimann na Suíça e desde 2000 pela Eggenberg na Áustria, o castelo-cervejeiro de Eggenberg é uma das cervejarias mais antigas da Europa, datando o inicio das suas atividades no século 10 d.c. Ela fica localizada nos Alpes na região de Salzkammergut e é uma cervejaria muito importante na história austríaca. Desde 1803 o castelo-cervejeiro está nas mãos da família Stöhr, atualmente na sétima geração. Suas cervejas já ganharam inúmeros prêmios e medalhas em feiras e competições e atualmente é exportada para 40 países.
A Samichlaus Bier é fabricada apenas uma vez ao ano, no dia 06 de dezembro, dia de São Nicolaus/ Santa Claus ou o bom e velho Papai Noel, como é conhecido nestas bandas. Ela é envelhecida por 10 meses antes do engarrafamento sendo vendida basicamente no próximo inverno.
E vamos ao que interessa: Vale a pena investir cerca de 20 dinheiros numa garrafa de 330ml (preço médio aqui no Brasil).
O castelo-cervejeiro de Eggenberg. queria ter nascido ai 🙁 |
A resposta é OBÓVIAMENTE meus amigos!
Essa cerveja é muito boa! Ela tem um gosto muito marcante que ativa toda a língua. Deixe-me explicar: primeiramente você vai sentir o cheiro doce dela, rico em castanha, uva passa, fumo e malte, e no primeiro gole sentirá o sabor doce na ponta da língua como o sabor de um xarope . Dai durante você sente um leve sabor apimentado no centro da língua e os sabores maltados e tostados na parte lateral. O gosto final (famoso retrogosto) é seco e amargo moderado (em torno dos 25 IBUs).
Ela tem uma boa quantidade de álcool (14%), mas não pronunciado no paladar. O amargor final vai atenuando conforme você bebe-a. Todo esse álcool mais maltes tostados e defumados vai te esquentar com certeza, então a tome durante o frio do inverno ou numa noite bem fresca.
Também como consequência do álcool, a Samichlaus tende a não formar muita espuma. O pouco que se forma desaparece rápido então não se atenha a essa característica. A cor é profunda, mas limpa num tom de marrom escuro. Ela tem uma baixa carbonatação, o que é bom, pois como o paladar dela é espesso as bolhas a tornariam difícil de beber.
Depois de beber fiquei com um sabor tostado e defumado na boca muito bom. Pediria mais uma com certeza. Se for comprar compre duas, uma para degustar e outra para deixar envelhecer. Recomendo uns 4 anos de envelhecimento.
Já harmonização diria para toma-la comendo pratos robustos, sobremesas a base de chocolate. Uma boa sugestão é um belo bife grosso tostado, com pimenta do reino e especiarias. E os copos sugeridos são Tulipa, Mug/Stein, Cálice ou Sniffer.
Uma cerveja complexa, mas realmente vale a pena ser bebida. E quando for beber, me chame!