Vingadores Secretos

Não é novidade o quanto nos últimos anos a Marvel Comics investiu pesado na construção de imagem de seu principal grupo de super-heróis, chamados como os “maiores heróis do mundo”, os Vingadores. Desde que o Brian Bendis asusmiu o roteiro dos Novos Vingadores muitas mudanças na equipe ocorreram, assim como o acréscimo de subequipes com o nome Avenger no seu título. Logo, uma versão agindo nas sombras, “enfrentando os desafios que ninguém sequer sabe da existência” apareceu com o nome de Vingadores Secretos.

Criada no inicio da chamada fase Era Heróica a equipe sob o comando do recém retornado do mundo dos mortos Capitão América, que agora se chamada somente Supersoldado, tinha os roteiros de Ed Brubaker e desenhos de Mike Deodato. Sua proposta era por em missões confidenciais heróis bem peculiariares como Máquina de Combate, Nova, Fera, Cavaleiro da Lua, Valquíria, Viuva Negra e o Homem-Formiga. Em quase dois anos de publicações o grupo já teve várias participações especiais, mudou de equipe criativa e chega no que considero seu auge nas mãos do mestre Warren Ellis.
Brubaker levou a revista em seu primeiro ano no sistema de arcos, sendo o primeiro Histórias Secretas, dividido em 4 partes. Nele os heróis se vêem a volta com uma tentativa de uma organização chamada Conselho das Sombras de reativar um artefato intitulado Coroa da Serpente, que por um acaso acaba dominando a mente de Nova. Enquanto isso um membro do Conselho ataca a base da equipe sob o comando de Max Fury, um antigo ser cibernético que acreditava ser de fato o chefe da SHIELD.
Em Olhos do Dragão, dividido em cinco partes, o autor já trabalha o personagem Shang-Chi e a tentativa de volta a vida de seu pai com a ajuda do Conselho das Sombras, plano frustrado pela equipe de Vingadores. Na edição 12 é quando Brubaker se despede da revista, trazendo à vida a história de John Steele, um antigo companheiro de segunda guerra de Steve Rogers que estava nas fileiras do Conselho das Sombras.
Particularmente, essa primeira fase da equipe é muito fraca, clichê e longe dos melhores trabalhos feitos pelo Brubaker – que tem nas fileiras dentro da própria Marvel o Capitão América que alçou o personagem novamente no gosto do público. Mas, provavelmente, ele assumiu o titulo só “por assumir”, isto é, querem que eu faça algo com o Capitão sem ele ser mais o Capitão, então vou fazer isso. Mas, digo que as histórias eram bem subaproveitadas por conta do que veio mais a frente.
Entre os número 13,14 e 15 quem assumiu o volante das histórias foi Nick Spencer, porém, nem se tem muito o que falar dessas edições pois se passam em paralelo com o “mega” evento do ano da editora que foi Fear it Self.  Logo, o autor mostra alguns personagens lidando com as conseqüências da saga, mas nada de nota relevante. 
A cereja do bolo, e o que pra mim justificou a existência do um ano e meio anterior de Vingadores Secretos, é a edição 16 até o momento. Nela Warren Ellis toma as rédeas do rumo da equipe e traz junto com ele a mesma pegada de ação, intriga e tensão de obras de agentes secretos como nós gostamos e como ele fez muito bem em Freqüência Global. Pra começo de conversa Ellis deixa de lado os arcos e passa a jogar os heróis escolhidos para cada missão em histórias fechadas, com situações das mais absurdas possíveis e repletas de ação.
Logo no primeiro número a frente o autor junta Steve Rogers com o Fera, Viúva Negra e o Cavaleiro da Lua numa base do Conselho das Sombras para resgatar uma antiga máquina do tempo de Victor Von Doom. Claro que eles são atacados e ai vemos a engenhosidade de Ellis em dar um bom espaço, e confiar na arte de Jamie Mckelvie, para a ação visual. Na edição 17, Rogers mais Sharon Carter, Maquina de Combate e Valkiria tem que parar um caminhão desgovernado que anda “sugando” pessoas para dentro de si. Na edição seguinte vão parar em uma base entre dimensões controlada por Arnin Zola, e por ai vai. Cada nova missão mais estranha que a anterior, sempre com o lema: cumpra a missão, não seja pego, salve o mundo.
Em pouco tempo Ellis conseguiu levantar substancialmente as vendas de Vingadores Secretos utilizando somente se sua bagagem de séries, filmes e quadrinhos de espionagem antigos – temos dos clichês básicos de situações impossíveis até as famosas bugigangas de espião feitas por um cientista da equipe – reforçado por diálogos bem elaborados e com uma pitada de humor, além do respeito e bom uso de cada herói escolhido para a missão. 
Assim, o que tinha se tornado só mais uma revista de super-heróis entre tantas, virou algo mais, além de um bom exemplo de como toda revista desse gênero deveria ser: divertida, dinâmica, que não nos chama-se de idiota e ainda tivesse bons personagens e drama desenvolvido. Bom, seria assim se todos autores de quadrinhos de super-heróis tivessem esse bom senso e qualidade, contudo, nem todo mundo é um Ellis.

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