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Quando alguém, que não lembro quem, me indicou o filme dizendo que ele era uma espécie de Goonies misturado com invasão alienígena, fiquei bem curioso em ver qual seria o resultado disso. Ainda mais depois que descobri que o responsável pela película era o J.J. e o próprio avisava que ela era uma homenagem aos filmes que Spielberg criou nos anos 1970 e 1980 e que filmes como “ET, O Extraterrestre” e “Contatos Imediatos do Terceiro Grau” eram suas principais fontes de inspiração para isso.
Cara, isso realmente não poderia dar errado nas mãos do cara certo. E não deu! Principalmente porque o próprio Spielba tava lá dando total aval para a produção fazendo às vezes de produtor da bagaça.
Na trama, um garoto de aproximadamente 15 anos, perde sua mãe num acidente de trabalho e tem que viver com o pai que é policial. Durante esse período de adaptação, ele passa a maior parte do tempo produzindo um filme de terror caseiro junto com seus amigos. Durante uma filmagem, o grupo presencia um acidente de trem e, pouco depois, misteriosos incidentes começam a acontecer como pessoas desaparecendo, equipamentos eletrônicos deixando de funcionar, as luzes da cidade pifando e os militares rondando a cidade. Tudo indica ser algum tipo de monstrengo, pois a cidade vai ficando destruída durante esse processo.
O filme foi muito bem ambientado, pois se passa no final dos anos 70 numa cidadezinha em Ohio, nos Estados Unidos, e todos os cortes de cabelo, costeletas e roupas características da época estão lá, assim como a presença do desconhecido (e para geração Y ainda é) e novíssimo walkman à fita cassete!
Outra coisa interessante são as referências presentes relacionadas a filmes do Steven Spielberg, como o alienígena sendo revelado aos poucos (como quase todos os filmes do Spielba, como Tubarão, por exemplo), a cena do ônibus sendo atacado pelo alienígena numa clara referência à “Parque dos Dinossauros” e até em efeitos, como aquela reflexão da luz na lente da câmera (o “flare”, como esse efeito é chamado). Ou seja, até os aspectos técnicos dos filmes como fotografia, montagem e trilha sonora foram mimetizados. E muito bem!
Além disso, aquela pegada “Goonies” na molecada. Um carismático grupo de seis amigos aventureiros que sabe bem mais das coisas que estão rolando na cidade do que a maioria dos adultos e tenta resolver o problema da sua maneira.
A empatia com esses moleques é quase imediata e muito disso graças ao garoto Joe (Joel Courtney) e seu par romântico, Alice (Elle Fanning, irmã de Dakota Fanning). Além deles, o gordinho cineasta e sonhador Charles (Riley Griffiths) mandou bemzaço!
Compondo o time, o medroso e tapado Martin (Gabriel Basso), o desligado Preston (Zach Mills) e o pirralho Cary (Ryan Lee) que adora mandar ver em fogos de artifício!
O roteiro se ampara completamente neles e tudo mais o que acontece no filme, como a invasão, é apenas um pano de fundo para contar a estória de amizade desses moleques.
Pra quem, assim como eu, já está na casa dos 30 anos, o filme traz boas lembranças de filmes divertidos do Spielba e que tinham assunto como ET, De Volta Para o Futuro, o próprio Goonies e Conta Comigo.
Super 8 me trouxe a renovação de que dá pra acreditar que ainda é possível assistir/fazer um filme bom, com roteiro redondo e o mais importante de tudo: cadenciado. Nada daqueles filmes em que tudo tem que ser resolvido nos últimos 15 minutos. A história teve tempo para se desenvolver de maneira clara e coerente.
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Se você tem saudades dessa época e dos filmes que você assistia quando criança, essa é a sua chance de reviver tudo isso!
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