No universo dos Super-Heróis vemos todo tipo de histórias, desde as policias até as de fantasia. Contudo, um gênero que pouco, ou nada, é explorado normalmente pelas grandes editoras é o espacial. Apesar da DC Comics ter reestruturado as histórias cósmicas da Tropa dos Lanternas Verdes, no geral pouco vemos realmente sobre outros pontos do Universo, como outros heróis, planetas e nações em guerra. Em março de 2006, uma empreitada encabeçada por Keith Giffen dentro da Marvel Comics buscou mudar um pouco esse cenário.
Em paralelo com o megaevento Guerra Civil, a Marvel Comics resolveu reestruturar outros pontos de seu universo de histórias. Nasceu assim a saga Aniquilação, tendo como premissa ser o grande evento cósmico a resgatar a riqueza das antigas histórias, ao mesmo tempo em que iniciaria uma onda de grandes mudanças no Cosmo da editora.
A saga envolveu diversos heróis cósmicos Surfista Prateado, Nova, Quasar, Capitão Mar-vell, e alguns vilões como Thanos, Drax – o destruidor e Galactus, mas, o grande vilão é realmente o Aniquilador , ser que habita a Zona Negativa , um dos mais perigosos inimigos do Quarteto Fantástico, que busca sempre formas de recarregar o bastão energético fixado entre o seu queixo e pescoço.
Após concluir que o Universo Positivo estava se expandindo e tomando espaço da Zona Negativa, o vilão invade o universo 616 e nessa invasão destrói a prisão conhecida como Fornalha – liberando além de Drax, seres contemporâneos de Galactus presos por ele antes mesmo de existir aquele universo. A investida do Aniquilador, acompanhado por um exército gigantesco, fica sendo conhecida como a Onda de Aniquilação, que destrói tudo e todos que ficam em sua frente, com o objetivo de aniquilar todo o universo de matéria.
Aniquilação começou como um one-shot chamado Aquilação: Prólogo e a mini Drax, o Destruidor: Fall Earth; em seguida vieram as quatro mini-séries: Aniquilação: Surfista Prateado, Aniquilação: Super-Skrull , Aniquilação: Nova e Aniquilação: Ronan. As minis servem como preparação e organização do “tabuleiro” cósmico, empurrando e posicionando os personagens para suas funções na série em seis edições: A Aniquilação.
Todo esse percurso foi comandado por Giffen, mas, para mim, o grande destaque de todo o prelúdio foram os autores Dan Abnett e Andy Lanning. Os dois ficaram responsáveis por reestruturar o status quo da Tropa Nova e elevar o personagem a um grande herói espacial novamente. Tudo começa quando o planeta Xandar, lar da Tropa Nova é destruído e o humano Richard Rider tem que se integrar a Mente Global, fonte de poder da Tropa, e se tornar o único patrulheiro restante no Universo. De longe a mini do Nova é a mais interessante e bem construída, inserindo ainda a participação de um renovado Drax e sua parceira mirim humana Cammi.
Com um projeto solido e longo, Giffen e a Marvel conseguiram reacender o interesse do público nos seus heróis espaciais e renovar as possibilidades de trabalho com eles. Além de fazer o feito de usar inumeros personagens sem deixar a história cansativa. Ao seu final, temos um novo Quasar, Os Skrulls praticamente extintos (o que acelerou o processo da Invasão Secreta); os Krees com um novo comandante e fazendo alianças improváveis; Galactus revelando um pouco mais sobre seu passado e um Surfista Prateado com novos ânimos, além do surpreendente destino de Thanos e a guerra espacial por poder após os desfechos da série, levando a uma nova empreitada chamada Aniquilação: Conquista, e a Arautos de Galactus, sem contar o retorno do grupo Guardiões da Galáxia, pelas mãos de Abnett e Lanning, como uma linha de defesa contra novas ameaças.
Em geral, o projeto foi bem sucedido comercialmente e criativamente, com histórias interessantes, levando intriga, conspiração, heroísmo e a típica podridão que histórias espaciais sempre trazem para o universo dos supers da Marvel, como não via ha um bom tempo.
Recentemente, pré-crise infinita, a DC Comics ensaiou fazer algo do tipo a partir da mini Mistério No Espaço: O Desaparecimento de Rann, com Adam Strange, e depois na Guerra Rann-Tanagar, porém, nada sobre o gênero espacial foi mais trabalho e no tal reboot também não vi nenhuma citação a trabalhar esse lado, uma pena, pois a Marvel mostrou que de vez enquando aniquilar é preciso para movimentar o tabuleiro.
Ainda não li Guardiões da Galáxia, mas já está na minha lista de leituras futuras. E você, quais histórias espaciais/cósmicas dos quadrinhos você gosta mais ou tem para indicar?