No município de Barra de São Miguel, sertão paraíbano, dois travestis vivem vidas opostas. Enquanto um tem aceitação da família, amigos e até mesmo dos alunos, outro se envolve com o mundo da prostituição. Essa é a realidade que se propõe mostrar o documentário Amanda e Monick.
Um chama-se Amanda Costa, é professor de uma escola pública da cidade e, mesmo tendo assumido sua homossexualidade, é respeitado e apoiado pela família, alunos e pais de alunos. O outro é Monique Macharrara, aluno de Amanda, garota de programa que foi rejeitada pela família e sociedade por causa da sua opção sexual.
Com uma abordagem sensível o diretor André da Costa Pinto levou as telas a história dessas duas pessoas que em meio ao interior paraibano, tradicionalmente machista, buscaram ser por fora o que já eram por dentro, mostrando suas dificuldades, alegrias, cotidiano e gostos. Algumas histórias inusitadas aparecem durante o curta-metragem e me fez até questionar a veracidade “total” do mostrado, não que o diretor tivesse maquiado a realidade, mas sabemos que ninguém é totalmente natural frente a uma câmera – e nem sempre conta toda a verdade.
Em tempos de aprovação de lei do casamento homoafetivo e luta pela criminalização da discriminação contra homossexuais, um filme como Amanda e Monick promove um ótimo debate e serviço social ao revelar como o que parece “anormal”, estranho, também tem e sente problemas tão comuns a todos nós, exaltando a naturalidade da vida em geral.
O documentário contou com patrocínio e apoio da Universidade Estadual da Paraíba e levou o prêmio de melhor curta digital do 12º Cine PE. Além disso, a obra recebeu indicação pela Associação Brasileira de Documentaristas para ser exibido em escolas públicas como ferramenta de inclusão social. Confira o filme abaixo:
FICHA TÉCNICA
Título: Amanda e Monick Direção e Roteiro: André da Costa Pinto Duração: 19 min. Ano: 2007 Gênero: Curta-Metragem