Buenas, rapaziada.
Sim, o Moura em Série ainda existe. É que tal e qual series americanas, ele entra em Hiatus com muito mais frequencia do que se pensa.
Não, eu não sou um Charlie Sheen que se entupiu de drogas e a coluna foi cancelada porque eu comecei a xingar o Freud e pedi 3 milhões por post escrito.
Hoje o papo é sobre a primeira impressão sobre uma nova série lançada pelo canal americano Starz em parceria com a GK-TV – que teve um episodio piloto exibido nos EUA dia 25 de Fevereiro.
Se tem uma estória que já foi contada a exaustão é a do Rei Arthur. O fraco desenho da Disney, o fodasso (na minha memória) “As Brumas de Avalon”, o filme meia-boca com Clive Owen e o Reed Richards… dá para fazer uma lista muito grande aqui de versões diferentes da lenda britânica.
E, claro, a nova geração ganharia sua própria adaptação.
A fórmula aqui é visivel: una um protagonista adolescente – na onda dos “begins” de Smallville e Merlin – coloque algum sexo despudorado – no embalo de séries mais fortes como Spartacus, True Blood e The Tudors – e chame alguns atores conhecidos, no caso Eva Green, Claire Forlani e Joseph Fiennes.
Apenas o piloto foi lançado até agora, então não há muito o que falar alem do que fora apresentado ali. Mas mesmo assim, vou listar aqui algumas impressões sobre o programa.
Eva Green interpreta Morgana, filha legitima do Rei Uther Pendragon. Ela foi mandada para um convento ainda criança e volta com sede de vingança. Após a morte do rei, Morgana já começa a agilizar tudo para tomar o reino, inclusive forjando uma aliança com o Rei Lot – o casca-grossa James Purefoy), inimigo declarado de Uther.
O seu unico empecilho é a madrasta, a Rainha Igraine, vivida pela sumida mas apaixonante Claire Forlani. Tratando de expulsar a viuva de seu pai do reino, ela acha que tem tudo sob controle.
Entretando Merlin, vivido por Joseph Fiennes, tem um plano secreto há mais de 15 anos. Ele vai atrás de Arthur, filho de Uther e Igraine. O garoto foi tirado dos pais ainda pequeno e levado para ser criado por um casal de fazendeiros de bom coração (seriam os Kents?). Agora Arthur se torna o grande empecilho para que Morgana tome o poder, mesmo que para ela ele pareça apenas uma pequena pedrinha a ser tirada do sapato.
Para o jovem Arthur, pra que melhor (ou mais propagandioso) do que um dos jovens astros daquela franquia purpurinada? Isso mesmo. O Artie é um dos vampiros-mariposas de Crepusculo, o ator Jamie Campbell Bower. E não, eu tambem nunca tinha ouvido falar o nome dele até escrever esse post.
O plot quase todo mundo conhece. Acontece que aqui a série se foca em mostrar a ascenção daquele que um dia será o Rei Arthur. Sim, você já viu isso antes, é moda mostrar o Begins de todo mundo, desde Superman, Star Trek, Hannibal Lecter até James Bond.
As atuações são bem díspares. Eva Green passa a loucura de Morgana no olhar, mas as vezes parece exagerar e parece um pouco teatral demais. Se isso não for intencional, me parece que ela peca por um pouco de excesso.
Fiennes, que eu nunca achei lá grande ator, segura muito bem a onda fazendo um Merlin introspectivo e em alguns momentos demonstrou uma dubiedade muito interessante. Ele é um dos mocinhos, isso fica claro, mas causa um certo desconforto em várias cenas. Apesar do talento demonstrado, ele tambem parece um pouco clichê as vezes, sendo uma especie de tutor severo, todo misterioso.
Jamie, o ex-vampirote, não fede nem cheira. Faz o estilo Arthur cometodas, malandrinho, marrentinho e cheio de sacadinhas – mezzo rebelde, mezzo inseguro. O personagem principal que vemos quase sempre.
O roteiro é bom, segue o caminho conhecido, apresenta algumas reviravoltas interessantes. É bom, não chega a ser espetacular. O final do episodio, que sim, serve como cliffhanger, pode ser imaginado logo de inicio, pois representa um dos mais repetidos clichês da ficção. A cena é impactante, todavia, não chega a ser surpreendente para quem costuma assistir esse tipo de trama de ascenção de herói.
As cenas de sexo – duas nesse piloto – parecem estar ali com o intuito de fazer a série parecer mais “adulta”. Sim, de dar um ar de “The Tudors”, como já citado, ao enredo. A primeira cena se justifica por forjar uma aliança profana, e toma um simbolismo do quão carnal e material é essa parceria. A segunda só se serve para mostrar o casal de protagonistas – incluindo ali, creio eu, Guinevere, pois seu nome não é citado – como vieram ao mundo, para chamar audiência. A cena é quase sem sentido no meio da história.
Violência também está ali. Não tão explicita quanto em Spartacus, mas algumas espadadas e algum sangue (TEM SANGUE? ENTÃO É MASSA, VÉIO) estão presentes. Gostei da forma como a magia foi tratada na série – evitando assim querer se agarrar demasiadamente em uma versão realista de um folclore fantasioso.
Aliás, abre parenteses, detesto quando se pega uma trama fantasiosa e tentam deixá-la realista, como se fosse um fato histórico.
A ambientação é muito boa, os cenários são bem imponentes, assim como as caracterizações dos personagens. Quando Camelot surge, a pretensão era, provavelmente, gerar um UAUUU do espectador, até pela forma grandiosa como a fortificação é apresentada. Mas não me arrancou mais do que um bocejo. Sério, parece que estou sendo chato, mas não foi nada assim impressionante.
Em suma e resumindo: vou continuar acompanhando a série para ver o que vai dar. Parece que tem futuro, Eva Grenn está uma delicia e Claire Forlani uma coisa linda de Deus. Mas não gerei grandes espectativas. O piloto foi morno, e se não souberem dar uma esquentada na trama, vai ser bem café com leite.
Até o próximo episódio!