Fala, molecada!
O tirinista de hoje é um cara que tem um nome impronunciável, pelo menos pra mim…
Ironia, sexo e até “baitolisse” são tratadas de forma clara e sem preconceito em suas tiras, quadrinhos e cartuns. A linguagem suja, cheia de palavrões completam seu estilo.
Adivinhou quem é?
Clica aê então pra saber mais…
Adão Iturrusgarai nasceu em Cachoeira do Sul/RS, e tem esse sobrenome engraçado graças às raízes bascas de sua família. Cartunista, chargista e tirinista, Adão é um dos mais importantes artistas nacionais, pai de personagens como os caubóis gays Rocky e Hudson e da biscatinha Aline. Publicou seu primeiro desenho aos dezessete anos, no Jornal do Povo, principal jornal de sua cidade natal. Aos dezoito, ele se mudou para Porto Alegre, para estudar o comportamento de vaqueiros gaúchos homossexuais Publicidade e Propaganda na PUC e um curso de Artes Plásticas que não chegou a concluir.
Em 91, Iturrusgarai editou a revista DUNDUM, já comentada aqui, e logo depois viajou para Paris, onde começou aestudar os vaqueiros gays de lá publicar nas revistas ‘Chacal Puant‘ e ‘Flag‘. Em 93 voltou para o Brasil, passando a morar em São Paulo e no ano seguinte lançou a revista “Big Bang Bang“, que teve apenas quatro números. Nesse mesmo ano, foi incorporado ao trio criado por Angeli, Los 3 amigos, dos quais participavam também Laerte e Glauco. Foi quando eu conheci seu trabalho. Na verdade, foi entre esse e uma série chamada “Anos de Análise“.
Em 91, Iturrusgarai editou a revista DUNDUM, já comentada aqui, e logo depois viajou para Paris, onde começou a
A entrada de Adón foi meio complicada, já que era difícil encaixar os quatro personagens na mesma história. Eu mesmo nunca entendi a entrada dele. Sinceramente. Existia uma harmonia entre os três personagens que meio que se perdia quando apareciam os quatro, porém a entrada de Adão deve ter sido muito boa para os outros artistas já que era ele que sempre atualizava as tiras quando os outros estavam ocupados.
Não que tenha sido sua culpa, mas nessa época onde os quatro apareciam, houve uma decaída na qualidade das tiras. Todos os anos de glória de Los 3 Amigos foram aos poucos indo embora…
Um exemplo dos “solos” que rolavam na época.
Na série Anos de Análise, na minha opinião, a melhor série do tirinista, Adão apresentava alguns tipos que passam por situações vexaminosas (e bem comuns à qualquer ser humano normal, por que não?) e o quanto de análise aquilo lhes custaria. Era muito boas as tiras!
Eu mesmo sempre usava a frase “isso vai me custar uns 10 anos de análise” no final, quando acontecia algo anormal comigo.
Adão já teve seu trabalho publicado em diversas revistas brasileiras, como Chiclete com Banana, Bundas, Veja, General e Vírus. Atualmente além da internet, ele publica suas tiras diariamente no jornal Folha de São Paulo, no Jornal do Brasil, na Tribuna do Norte (Natal), no Diário de Pernambuco e no Correio da Manhã de Portugal, na maioria das vezes com sua personagem maior, Aline. Colabora também com as revistas Caros Amigos e Capricho.
As tiras de Iturrusgarai (caramba, mordi a língua tentando pronunciar esse nome!) são famosas pelo forma de humor que utiliza. Temas como sexo, homossexulidade e a crítica social bem debochada da vida em sociedade, utilizando quase sempre de palavrões, são corriqueiros em suas tiras.
O exemplo maior de pornografia numa tira é sua personagem Aline, sua mais famosa personagem. As tiras tratam das aventuras de uma adolescente “periguete” que é viciada em sexo e vive um relacionamento amoroso à três (e às vezes mais de três), com seus dois namorados Otto e Pedro. O tema das tiras invariavelmente são sobre a feminilidade e a liberação sexual. A garota, independente dos pais, trabalha numa loja de discos, odeia cozinhar e arrumar a casa, mas adora mandar nos dois namorados que vivem com ela.
Aline ganhou um especial de fim de ano exibido pela Globo e apesar de não ter muito a ver com sua versão impressa (já que é feito mais nos moldes do politicamente correto da emissora) acabou dando certo, ganhando a adaptação para o formato de seriado. Este ano, Bernardo Marinho (Otto), Maria Flor (Aline) e Pedro Neschling (Pedro) vão viver novamente os personagens baseados nas tiras ganhando mais uma temporada de Aline, que estreia na quinta-feira, dia 3 de fevereiro. A série até que é boa, mas não chega aos pés das tiras, justamente pela falta das besteiradas, sexo quase explícito, palavrões e do politicamente incorreto. Mas se quizer ficar sabendo mais sobre a série é só conferir o post que nosso amigo Moura fez aqui.
Em 2005, foram produzidos 5 episódios para uma animação de Aline, exibidos pela versão brasileira do Adult Swim no canal Cartoon Network.
As personagens Rocky & Hudson, os caubóis gays, também fazem parte do imaginário politicamente incorreto de Adão Iturrusgarai. As histórias do casal de homossexuais, se passa em pleno Velho Oeste e eles são obrigados a enfrentar os caras durões e os bandidos com muita… delicadeza. Em seus nomes uma referência ao ator americano Rock Hudson que também era homossexual.
Talvez você não saiba, mas os dois caubóis afeminados são uma brincadeira com os gaúchos machões e são os precursores da moda boiolística no meio (ui!) dos cavaleiros. Que Brokeback Mountain o quê!
La Vie en Rose são tiras que variam de tema. Geralmente são pensamentos, zoações e situações do cotidiano. São tiras com ideias muito boas, mas infelizmente os desenhos não agradam tanto.
Tem ainda a Família Bícepes, sobre uma família de musculosos, que se utilizam da força para tudo e Mundo Monstro, que é quase a mesma coisa
O que eu acho mais legal de seus trabalhos são as charges e as HQs que ele faz. Parece que há um cuidado maior com os desenhos nesses dois.
Os quadrinhos, inclusive um dos primeiros publicados na revista Dundum, chamado Love Story, a história de Jocelino de Jesus e seu amor por uma porquinha, pode ser visto aqui.
Charge feita para o mundo politicamente babaca em que estamos vivendo.
Outra grande sacada do cara é o Vendedor de Respostas, uma das melhores séries que já vi.
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Pode não parecer, mas Adão pode ser considerado da velha guarda dos cartunistas, assim como os medalhões Angeli, Glauco e Laerte. Ele também já foi redator de programas como TV Colosso (93) e de humorísticos (sic) como Casseta & Planeta e Sai de Baixo. Já recebeu diversos prêmios, e seus álbuns de quadrinhos são editados pela Devir e distribuídos no Brasil e em Portugal.
Casado com uma argentina com quem tem uma filha, Iturrusgarai vive hoje uma vida de classe média alta rodeado de vinho e carne de carneiro na Patagônia argentina, onde ainda faz seu trabalho de cartunista para as várias mídias já citadas anteriormente.
Casado com uma argentina com quem tem uma filha, Iturrusgarai vive hoje uma vida de classe média alta rodeado de vinho e carne de carneiro na Patagônia argentina, onde ainda faz seu trabalho de cartunista para as várias mídias já citadas anteriormente.
