Por Monitor
Os chamados “filmes de guerrilha” estão cada vez mais em conta no mundo cinematografico, já que a partir desses projetos que surge as novas caras que futuramente podem definir como se faz cinema, e especialmente nos dias de hoje em que qualquer qualquer um dentro de sua casa pode fazer um blockbuster. Temos varios exemplos de filmes assim que hoje em dia são sucesso, mas especialmente entre Monstros e Distrito 9, percebemos algo que pode muito bem se correlacionar com o BOOM da ficção ciêntifica na decada de 50, com When Worlds Collide e Guerra dos Mundos.
Mas bem, vamos a historia antes de tudo.A alguns anos atrás, foi descoberta evidências de vida em outros planetas. A NASA mandou uma foguete ao espaço para investigar mais a fundo as formas de vida extraterrestres e trazer amostraspara serem estudadas na terra. Mas quando a espaçonave voltou, um acidente fez cair a nave na America Central, fazendo os seres de outro planeta dominassem uma região que vai da metade do Mexico até um pedaço dos Estados Unidos, considerado uma “zona infectada com material alienigena”.Com a crescente multiplicação dos aliens, temos o governo dos USA e Mexico tentando conter a reprodução dos bichos.
Em torno desse cenário temos o jornalista Andrew Kaulder(Scoot McNairy), fotojornalista que é enviado ao Mexico por seu patrão logo após que um Alien ataca o hotel onde sua filha Samantha Wynden(Whitney Able)estava hospedada. Após uma serie de decisões e acontecimentos imprevistos, Sam e Andrew terão que voltar pelos Estados Unidos pela Zona Infectada, e a partir dái eles começam não só uma jornada para casa, mas uma jornada sobre si mesmos e o mundo em que vivem.
Monstros foi feito com um baixo orçamento,até mesmo pro padrões considerados medianos,e efeitos especias feitos em casa, e nesse aspecto saiu um bom resultado, especialmente em relação aos aliens, que por um momento jurava que eram Cthulhus. Mas a alma do filme está no conteudo que ele passsa. Atravessa varias vertentes, fala sobre imigração, invasão de territorio, crise financeira (especialmente a ultima, envolvendo o mercado imobiliario), mas em especial o filme é sobre quebra de espectativas e novos pontos de vista. È sobre as barreiras que todos nós temos sobre certos aspectos de nossas vida se como faremos para atravessa-las a partir de novas experiências.
Sobre os pontos de vista, muitos são mostrados dentro do filme, todos quebrando o pensamento do “estrangeiro” perante a situação. Se em Distrito 9 temos o ponto de vista do caçador se tornando caça, em Monstros temos o olhar dopublico que acompanha tudo isso ser mudado no momento que ele é sugado para dentro do olho do furacão. Seu ponto de vista muda quando está dentro de uma situação onde só era acompanhado por você pela televisão e afins.Vivenciado a tensão, a morte e a beleza do desconhecido fazer mudar a perspectiva da sua propria vida.
Mas a sutileza ultiizada do diretor de nos tornar também parte do filme ajuda muito a fortalecer a ideia trasmitida.De certo modo, todo os acontecimentos ali mostrados não vão nos afetar diretamente, e ao subir dos créditos, será mais uma historia a passar por nós. Esse conceito é importante especialmente no começo e final do filme, em que o circulo se fecha em torno do fato de que realmente estamos impassiveis a certos acontecimentos,por mais felizes ou diferenciados que eles podem ser, nada vem com mais impacto que a realidade, essa mesma realidade que expõe certos elementos (importantes) do filme logo no começo.E Deus sabe como me esforcei pra não spoilar algo nessa parte,mas ao assistir vocês entederam…
No fim, estamos vivenciando um momento raro de acontecer, estamos vendo um genero se reinventar.Distrito 9 e Monstros contam de maneira escapistaum reflexo do nosso mundo e da monstruosidade que se tornou o ser humano. Ao nos globarizarmos deixamos de pensar por nós mesmos e deixamos quem tem o dinheiro controlar a situação, e a partir dái ficamos a merce daquilo que pode ser definido como verdade. Viver aquilo que pensamos que sabemos pode ser a verdadeira libertação e o começo de uma mudança que deixe asnossas vidas melhores. E assim como na decada de 50, onde seres do espaço no faziam refletir sobre a guerra fria, sobre o homem matando o seu semelhante.
Filmes como Distrito 9 e Monstros fazem nos pensar sobre como sempre tentamos jogar a culpa pro outro e no fim das contas perceber que esse outro não é tão diferente assim de nós. Apesar de mais indie em relação a D9, o filme não faz feio e consegue empolgar e semsibilizar. Esperando agora chegar 2011 pra ver Batlle Los Angeles pra saber se o ponto de vista dos soldados vai ter alguma profundidade ou será uma ação sem uma mensagem de fato…
NOTA:9,0
Obs: Tive a sorte da minha sessão o diretor do filme, Gareth Edwards, estar presente e falar com o publico sobre o filme.Gente fina pacas, mas infelizmente não tive oportunidade de ficar e ver as discuções acerca do filme, pois fui ver (o ruim) La Casa Muda, cujo review também deve sair essa semana. Fiquem de olho!