A Aldeia dos Amaldiçoados

“Se coexistirmos, iremos dominá-los.
É inevitável.
Eventualmente vocês tentariam nos eliminar.
(…) Tudo foi arranjado para ver quem sobreviverá”

A Cidade dos Amaldiçoados

Uma manhã que parecia ser como qualquer outro, a pequena cidade de Midwich se torna palco de um acontecimento inexplicável: Ao mesmo tempo, toda a população da cidade cai inconsciente. O exército isola o local, temendo algum tipo de ataque de gás ou similar e passam horas tentando determinar a causa do ocorrido, sem sucesso. Até que, tão inexplicavelmente como desmaiaram, todos voltam à consciência, como se nada tivesse acontecido e sem ferimentos aparentes (com exceção de concussões e outros leves ferimentos causados por quedas).

Dois meses depois as mulheres da cidade, adultas e adolescentes em idade adequada, surgem grávidas, incluindo até algumas jovens que, supostamente, não teriam como estar nesta condição. Os nascimentos se dão todos no mesmo dia e as crianças nascem aparentemente normais, com exceção de um tipo capilar desconhecido (que dá uma coloração branca para os cabelos), olhos estranhos e unhas ligeiramente fora do comum.

Mas as estranhezas das crianças são mais do que estéticas, como a cidade logo passa a perceber. As crianças crescem ligeiramente mais rápido do que crianças comuns, e aparentam possuir inteligência muito além do que já visto em crianças na mesma faixa de idade. 3 anos depois, as crianças ainda surpreendem, demonstrando habilidades mentais extraordinárias, como compartilhamento de consciência (o que um sabe, todos sabem) e a capacidade de ler mentes. Diversos eventos fazem com que a população passe a temer as crianças e cabe ao exército investigar de perto (uma vez que há relatos de eventos semelhantes em outras partes do mundo) e descobrir o que elas pretendem, antes que seja tarde demais.

Lançado em 1957 o livro Midwich Cuckoos, do inglês John Wyndham foi lançado com esta história, bastante inusitada para a época. Pois o verdadeiro mal não estava em criaturas demoníacas vindas de outros mundos, seres sobrenaturais ou falhas científicas; o verdadeiro mal estava em nossas próprias crianças. A história teve tanto impacto que, em 1960 uma adaptação para o cinema britânico foi produzida, bastante fiel ao livro, chamada de Village of the Damned (A Aldeia dos Amaldiçoados), alcançando também bastante sucesso e muitas críticas positivas.

O sucesso da adaptação cinematográfica levou a história para uma sequência em 1963. Com o nome de Children of the Damned (algo como “As crianças dos amaldiçoados”, em tradução livre), a história segue mostrando 6 crianças, cada uma de um país diferente, identificadas pela UNESCO para um programa de desenvolvimento infantil. As crianças possuem extraordinárias habilidades telepáticas e logo se percebe que elas tem planos próprios que não tem nada a ver com o que os líderes mundiais pensam para elas. Apesar de ser considerada uma sequência, a história não segue diretamente os eventos ocorridos no filme original, utilizando-se apenas dos elementos principais estabelecidos anteriormente.

Em 1995, John Carpenter trouxe novamente as telas a história das crianças assustadoras de cabelo branco num remake homômino que aqui ficou conhecido como A Cidade dos Amaldiçoados. Com Christopher Reeve, Kirstie Alley e Mark Hamil, o filme segue a premissa básica da história sobre o evento em que todas as mulheres ficam grávidas, mas toma muitas liberdades em relação ao filme original e ao livro. Nesta refilmagem o cenário também muda de uma aldeia britânica para uma cidadezinha americana, além de, como é de praxe nos filmes americanos, a histórias ser mais “mastigada” que a original. Apesar de ser considerado um clássico, não obteve boa bilheteria nos EUA (apesar de ter sido escrito pelo diretor do filme original).

Uarévaa

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