Super-heróis do mundo real

No filme Defendor. Um cidadão comum se veste de super-herói para trazer justiça a sua cidade, mesmo sofrendo com isso. É possível alguém ter o desprendimento de deixar de lado sua vida e fazer algo para ajudar os outros em nosso mundo real cheio de egoísmo? E ainda por cima, é possível esse mesmo alguém vestir roupas coloridas inspiradas em seus ídolos de infância dos quadrinhos, correndo o risco – ou certeza mesmo – de ser ridicularizado e mesmo assim dar assas as suas fantasias?

“Todo super-herói tem uma tragédia em sua origem. O Batman assistiu ao assassinato dos pais ainda menino. O Super-Homem sofre por ser o único sobrevivente de um planeta que explodiu. O Homem-Aranha se balança em teias para compensar um erro – deixou fugir o bandido que depois matou seu tio. Mas Sarah só precisou levar um pé na bunda para se tornar Terrífica, que luta para impedir que outros tirem vantagem de mulheres indefesas.” (Superinteressante Junho de 2010)
Nessa matéria da Super conheci um pouco mais sobre personagens da vida real que já tinha até ouvido falar, mas nunca visto com atenção: Terrífica, Super-herói, O Olho, Entomo, Superbárrio Gomez, Lady Mistério, são só alguns desses homens e mulheres que devotam a vida a ajudar desconhecidos. Um grupo bem organizado até, tendo site próprio com um World Superhero Registry, My Spaces para contato mais próximo com seus fãs – como o do O olho (ou você pensou que só o Kick Ass era esperto?) – e até aparições na televisão:

“São bancários, universitários, ex-policiais, que usam nomes como Lebre da Sombra e Capitão Discórdia sem medo do ridículo. Em vez da Liga da Justiça, se aliam em organizações como Sociedade da Segunda-Feira Negra e Tropas dos Combatentes do Crime. De acordo com o site Super Hero Registry, há mais de 300 na ativa: são 6 na Europa, 2 no Canadá, 1 no México. Todo o resto está nos EUA.” (Superinteressante)
Pessoas que se unem para patrulhar a praia, trocar um pneu numa estrada ou doar brinquedos, coisas que alguns já fazem só que com mais graça e satisfação de um desejo antigo de ser um símbolo para algo. Fredric Wertham falava nos anos 50 que as histórias em quadrinhos podiam influenciar negativamente as crianças, parece que tudo depende da própria pessoa e sua psicose ou o quanto ela se deixa influenciar por algo. Se não é quadrinhos, pode ser TV, jogos, assim como um martelo sozinho não faz nada, o que importa é como se usar uma ferramenta.
Aqui no Brasil coisas desse tipo acho difícil surgirem, mais fácil encontrar um monte de garotinhos(as) fazendo cosplay e pagando pau em convenções de animes e desenhos (nada contra se for uma bela regazza), mas o voluntariado já não é lá muito popular e difundido, quanto mais vestido como personagem de historia em quadrinhos. Enfim, só posso bater palmas para essas loucas pessoas de grande coração que me mostram mais um pouco quanto Kick Ass é vazio e ególatra!

Marcelo Soares é fã de super-heróis, mas não se vestiria com roupas coloridas correndo o risco de ser confundido com uma intergrante da Familia Restart.

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