“It’s close to midnight
Something evil’s lurkin’ from the dark
Under the moonlight
You see a sight that almost stops your heart
You try to scream
But terror takes the sound before you make it
You start to freeze
As horror looks you right between the eyes
You’re paralyzed”
Um dos tipos mais característicos de histórias de terror, que se manifestaram principalmente no cinema, são as histórias que envolvem criaturas conhecidas como mortos-vivos ou, simplesmente, zumbis. Um sem número de filmes e livros já se utilizaram desse tema que atualmente está em alta, tendo invadido inclusive as grandes editoras de quadrinhos como Marvel e DC e hoje ocupando um espaço de popularidade que rivaliza inclusive com os vampiros.
Antes de falarmos, no entanto, dessa peculiar forma de histórias de terror, que hoje é quase um gênero à parte, é interessante analisar um pouco do contexto histórico relacionado ao tema pois, apesar de serem usados como sinônimos, os termos Morto-Vivo (Living Dead), Zumbi (Zombies), e Desmorto (Undead) não são exatamente a mesma coisa.
Desmorto é um termo que designa todo ser falecido que, de alguma forma e por algum motivo, se comporta como se estivesse vivo. Neste caso, podemos citar como desmortos aqueles que “voltam” sem necessariamente ter um corpo físico, como fantasmas e aparições em geral, aqueles que voltam em “carne e osso”, como os Mortos-Vivos ou até seres artificiais, como os golens do folclore Judaico.
Já os Zumbis, criaturas folclóricas, vindas principalmente das crenças originadas no Haiti (e erroneamente associadas às práticas caribenhas de Vodu), são basicamente corpos mortos reanimados por processos místicos geralmente usados com objetivos servis.
E finalmente, Mortos-Vivos são criaturas que estão mortas, mas cujos corpos agem como se estivessem vivos, geralmente com sede de sangue, de carne ou de cérebros. A diferença entre morto-vivo e Zumbi é que, no segundo caso, os corpos não têm vontade própria, necessitando do controle externo de alguém (geralmente quem “reconvocou” o corpo) para executar alguma ação.
Curiosidades:
– Em 1937, Zora Neale Hurston, novelista especializada em histórias folclóricas esteve no Haiti para pesquisar o folclore local, e se deparou com o estranho caso de uma mulher que apareceu em um vilarejo, e uma família alegou que a mulher era Felícia Felix-Mentor, uma parente que morreu e foi enterrada em 1907 com a idade de 29 anos. A autora, no entanto, nunca conseguiu confirmar nem negar essas afirmações.
– Em 1962, no Haiti, um homem chamado Clairvius Narcisse foi vendido para um “Mestre Zumbi” (sacerdote que supostamente tinha o poder de criar zumbis) por seus irmãos porque se recusou a vender sua parte do terreno da família, Logo após Clairvius “morreu” oficialmente e foi enterrado; porém, secretamente, foi desenterrado e colocado para trabalhar numa plantação de açúcar como um escravo zumbi, junto com outros zumbis. Estes zumbis eram, na verdade, pessoas dadas como mortas que eram submetidas a poderosas drogas que as deixavam com capacidade para executar trabalhos braçais, mas ao mesmo tempo sem vontade própria. Em 1964, o Mestre Zumbi morreu, e Clairvius vagou sem rumo e num estado de confusão psicótica por 16 anos (e provavelmente apavorando muita gente), até que o efeito das drogas passou por completo e ele voltou ao normal. Muito tempo depois, em 1980, ele acidentalmente encontrou uma irmã há muito tempo perdida num supermercado e a reconheceu. Ela, no entanto não o reconheceu de primeira, mas ele conseguiu se identificar ao contar histórias da remota juventude da mulher, que apenas seus irmãos poderiam conhecer. Esse é provavelmente o primeiro (e talvez único) caso oficial de zumbis de verdade.
– Hoje se sabe que antigamente alguns sacerdotes vodus usavam uma toxina vinda de um peixe (a Tetrodoxina), que atinge o cérebro, provocando inicialmente um coma, que depois é seguido de uma espécie de letargia que torna o ser, literalmente, um morto-vivo.
Na Próxima Madrugada:
Zumbis e Mortos-Vivos na cultura Popular em geral, desde seus primórdios até os dias de hoje. Esteja aqui na próxima semana, para conhecer Os Mortos-Vivos entre nós.