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Meu partido é um coração partido

Por Jack Starman

A década era a de oitenta, muitas mudanças aconteciam em vários âmbitos no Brasil. Desde a moda das discotecas, passando por transformações políticas, até novos estilos musicais que surgiam. Se pudéssemos dizer qual a cara dos anos 80 no Brasil, com certeza esse rosto se chamaria Rock’ roll.

A revolução das guitarras e baterias pulsou forte na mente dos jovens daquela época, se juntando ao movimento de redemocratização que o país passava, e os novos ares pós uma ditadura de 20 anos. Esse novo momento político pode ser visto refletido em muitas músicas dos grupos de rock que explodiam a tordo e direito. Muitas foram às bandas que ecoaram seus gritos de liberdade de expressão contra o regime político que estava por cair, as censuras existentes e as instituições que por anos auxiliaram na existência dos militares no poder.

Os sete Titãs bradavam “policia para quem precisa de policia”, Paulo Ricardo e o RPM tentavam “tomar” o radio pirata de volta, o Ultrage a Rigor vinha com seu “Nós somos Inútil”, A Plebe Rude perguntava “até quando vamos esperar a plebe se ajoelhar?” e assim a voz do jovem era ouvida em rádios, festivais e rodas de violão país afora. Um desses grandes nomes e que sabia falar sobre política e costumes da sociedade muito bem era Cazuza, o cantor que surgiu para o estrelato com a banda Barão Vermelho e depois seguiu em carreira solo, cantava bem a realidade brasileira do momento.

Uma de suas músicas mais fortes foi Ideologia, onde questionava o futuro que se mostrava no momento após tantas decepções, mortes e falsas promessas. Na sua letra ele trazia a desesperança com os partidos políticos, movimentos revolucionários, e outros setores da sociedade brasileira:

Paradoxalmente, em outra música Cazuza traz um grito de “despertar” à nação quando diz: “Brasil! Mostra a tua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim”, trecho da canção Brasil que questionava o comodismo e falta de atitude do povo brasileiro mesmo após o retorno da democracia ao país.

Cazuza morreu há 18 anos atrás, bem no fim de uma fase auréa do rock nacional, e , na opinião deste que voz escreve, com ele uma parte desse espirito rockeiro também se foi.

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