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O BOM E VELHO GIBI!
Por Starman

Lendo um texto sobre Astro City, me apercebi como esta em moda releituras, homenagens e afins no mundo dos quadrinhos. E para mim isso não é algo ruim, só se for feito por Rob Liefeld, pelo contrario, quando escrito com qualidade, sagazidade e dinamismo mostra o quanto de coisa boa o passado nos trouxe e a geração “sangue e porrada na madrugada” forçou as editoras a esquecerem.

Os Spawns, Wolverines, Cables e Justiceiros da vida lotaram as bancas com bad boys armados até os dentes e sem medo de matar, não sou contra eles (afinal quem não gosta de uma boa história sanguinolenta), porém, em excesso e contaminando como um vírus tecnorgânico os outros personagens (Batman-Azrael, alguém lembra?) faz um mal incrível a mente humana. Os anos noventa jogaram tudo isso na cara dos leitores, abusaram da boa vontade dos fãs e lucraram muito com uma nova geração de jogadores de vídeo-game. Então chegou o século vinte e um e parece que as editoras e autores (menos o Jeph Loeb claro!) se tocaram da importância de manter a base dos personagens que tanto promovem, mesmo dentro do caos editorial e comercial do processo de venda de revistas (onde história é a última coisa privilegiada).

Eu não vivi essa tão dita gloriosa Era Dourada, mas pelo que já li sobre, os comentários de quem viveu e as referências atuais em revistas, me passam a idéia de que naquele tempo as histórias eram mais divertidas de se ler, por serem mais descompromissadas com cronologias e interligações. Particularmente gosto de histórias assim, fechadas, mesmo sendo em arcos pequenos, as vezes penso que se os personagens não “vivessem” no mesmo universo até ajudaria, imaginem um universo onde só existissem os X-Men e realmente fossem odiados por todos (visto que é meio ilógico as pessoas adorarem os Vingadores e menosprezarem os mutunas), assim como se o Superman fosse o único herói de um planeta inteiro. No mínimo – e por um tempo limitado talvez – as liberdades de criação de roteiros seriam maiores, eu se fosse criar uma linha de personagens faria esse multiverso (coisa que a DC não faz pela necessidade de história com cruzamento de seus heróis, o que ocasionou no passado a Crise nas Infinitas Terras.).

Planetary, Justiça, Astro City, Supremo, todas essas séries primam pela volta à antiguidade da banda desenhada, quando se produzia muito, se vendia muito também e se divertia mais ainda pelo jeito. Confesso que essas novidades editorias dos irmãos vermelhos e azuis americanos*- referência a Marvel vs. DC onde as duas editoras eram representadas como dois irmãos de cores diferentes viventes no continuum espaço cósmico – uma verdadeira síndrome de Caim e Abel – como socos de realidade e conspirações alienígenas me abateram a vontade de seguir colecionando o mundo dos super-heróis, principalmente a parte periódica, pois as tais minisséries e especiais ainda dão um caldo bom de vez enquando. Acho que o efeito seletivo da idade começa a chegar e a euforia colecionavél, típica da adolescência que colocou e coloca os bad boys em evidência – singrou espaço cósmico afora. Talvez ir até a fronteira final (Vertigos, europeus e mangás da vida) seja o caminho mais certo tanto pela diversão como pela economia, visto que moramos em um país não muito ajeitado financeiramente, para isso ainda bem existem as Pixels e Devirs da vida, e as vezes uma dose de Panini também.

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