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Uaréview: How I Met Your Mother


HOW I MET YOUR MOTHER

Finalmente, depois de uma maratona de quase um mês e meio, terminei de ver todas as temporadas da série coqueluche das comédias nos últimos dez anos e posso falar com propriedade sobre ela.

Para quem não conhece, ou conhece e nunca assistiu, How I Met Your Mother (ou simplesmente HIMYM) é um sitcom do canal americano CBS, criado por Carter Bays e Craig Thomas. Estreou em 2005 e terminou em 2014 depois de nove temporadas.

Na série, vemos o arquiteto Ted Mosby (Josh Radnor) contando aos filhos, em 2030, como ele conheceu a mãe deles e toda a jornada que aconteceu antes disso. O seriado ficou muito famoso por sua estruturada narrativa que usava de flashforwards (avanço no tempo da história) e da possibilidade de, como é uma narração feita de memória por alguém, as histórias irem mudando a medida que são contadas.

O seriado foi indicado para 24 prêmios Emmy, ganhando sete. Em 2010, Alyson Hannigan (A Willow em Buffy) ganhou como Atriz de Comédia Favorita pelo público. Em 2012, sete anos depois de sua estréia, a série ganhou na categoria de Seriado de Comédia Favorito pelo público, e Neil Patrick Harris ganhou o prêmio de Ator de Comédia Favorito pelo público e vai até apresentar o Oscar desse ano.

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Tudo isso, fez HIMYM um sucesso estrondoso e gerou uma grande expectativa por seu final e a resposta, finalmente, de como Ted encontrou a famosa Mãe. Tanta expectativa também gerou grande protestos de seus fãs quando o final foi exibido, com discórdias a respeito da escolha dos produtores.

Bem, boa parte do que penso sobre o episódio final e essa polêmica esta nesse texto do Ligado em Série. O que tenho para falar sobre o series finale é somente que a produção acabou se desgastando, como sempre acontece com series que fazem sucesso e querem lucrar mais (por isso se estendem muito),

É perceptível que plots feitos para durarem poucas temporadas ficaram repetitivos demais e cansativos, além de em seu final prevalecer mais uma vontade de seus criadores (existente desde o inicio da série, coisa que fica claro ao sabermos que a reação dos filhos foi gravada ainda no final da primeira temporada) do que uma lógica de construção narrativa e de personagens.

No aspecto geral, HIMYM nunca me soou realmente engraçada. Sempre me foi divertidinha em alguns momentos, com uma forma de narração bem engendrada (junto com sua edição) e o melhor uso de flashforwards em seriados desde Lost. Claro, tem coisas bem sacadas como as sequencias em musical, a aposta do tapa, alguns momentos filosóficos dos personagens, mas nada que realmente  me prendesse tanto na memória como outras sitcons.

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Vejo muitos comparativos com Friends, os quais pra mim não fazem jus. A série dos amigos dos anos 90 ainda me faz rir bastante e, de fato, me emocionar como esta não conseguiu. O que diria que aqui foi melhor foi a coragem de encerrar a série com um real fim (mesmo que desagrade), assim como Mad About You e Wil and Grace, para citar duas, que foram mostrando o passar do tempo no envelhecimento dos personagens.

No fim, o como conhecemos sua mãe, mesmo que dá forma enrolada, cansativa e chata (Ted Mosby é o protagonista mais chato que vi desde o Shingi de Neon Gênesis Evangelion, e isso é um grande feito), mostra uma bonita mensagem de que é possível sim encontrar coisas que se acreditam perdidas e isso fica ainda mais fácil quando deixamos o passado para trás e seguimos em frente.

PS: Entendo Ted em se apaixonar pela tal “mãe”, a Cristin Milioti é uma gracinha mesmo.

Jornalista, Mestre em Comunicação, autor dos livros O Maior Espetáculo da Terra (Editora Penalux, 2018), MicroAmores (Escaleras, 2020) e Grãos de Areia (Urutau, 2022)

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