Encantos e um quê Shakespeariano!

Fala molecada!
Depois de um longo inverno, estou de volta, com a coluna menos lida deste blog (#mimimi). Eu sei que não fez falta, mas como o Freud me prometeu que mês que vem todos os colunistas vão começar a receber se postarem regularmente por aqui, resolvi fazer um esforço descomunal e tirar uma matéria que já tava pronta da gaveta…
Hoje o assunto é magia. Não, não entrei pra uma dessas novas seitas de Wicca e não vou perder meu tempo falando do bruxinho mais amado dos adolescentes, Harry Potter.
Hoje eu vou falar sobre magia… e barbaridades!

Magia & Barbaridades é uma história em quadrinhos online, essa sim a verdadeira webcomic, escrita e desenhada por Fabio Ciccone e que conta em forma de tiras as aventuras de Oc, um bárbaro que é fã de Shakespeare e do mago iniciante Remmil.
A HQ, que é contada por meio de tiras cômicas, tem foco nas aventuras dos protagonistas que viajam por um mundo fantástico, mas que contam com elementos do mundo real, com referências culturais e comportamentais.

Magias & Barbaridades foi concebida originalmente com o título de O Tomo de Edmund e conforme a história foi avançando, foi se tornando mais complexa, ocorrendo a mudança de título, ficando O Tomo (…) como o nome do primeiro capítulo da série, que até então não tinha nome.
Essa história foi publicada em julho de 2003, e até hoje, as aventuras de OC, Remmil e Idana, uma amazona guerreira que se juntou a trupe logo depois, está sendo contatada, fazendo com que, segundo o autor, se torne uma das mais antigas webcomics do Brasil em andamento.


A história vem sendo contatada através de capítulos, e é composta por sagas. A Busca pelo Tomo de Edmund, foi a primeira saga, focada apenas nos protagonistas, compreendendo 5 capítulos (O Tomo de Edmund, Montanhas da Agonia Suprema, O guarda-chuva de Urba, O Inseto e a Flor e a Caverna de Alav). Ela conta a busca do fracassado mago Remmil pelo Tomo de Edmund, um famoso livro mágico que lhe daria poder e força incomparáveis. Oc se junta a ele na aventura como uma espécie de “guarda-costas”, acreditando na promessa de que o mago lhe daria sua coleção de livros de Shakespeare.

A segunda saga, À Procura de Saru Pnit, que ainda está em andamento, aconteceu depois do capítulo VI – A Ordem da Lua – que não faz parte de nenhuma saga – e até o momento, compreende 7 capítulos (O Caminho da Guerreira, A História de Saru Pnit, Por Mares Nunca Dantes Navegados, Vida na Cidade, Realidade e A Dinastia Nane o recente Assassinato na Rua do Necrotério).

Esta saga conta com a introdução da terceira protagonista, a amazona Idana, que se junta a Oc e Remmil para procurar seu pai, o mago Saru Pnit. A partir daí a HQ começa a contar com capítulos mais longos e tramas mais complexas. A História de Saru Pnit foi o mais dramático, quase sem nenhuma tira cômica, inclusive com um capítulo quase inteiramente metalinguístico. 


Os personagens


Oc é o príncipe herdeiro do Reino do Norte, e tal qual seu tataravô, nasceu com barbarismo, doença congênita que causa fúria incontrolável. Quando o reino onde vivia foi invadido, seu pai, prestes a morrer, o exilou a fim de salvá-lo, dando-lhe a espada Cotovelada (a espada da Dinastia Nan, símbolo das glórias e dos títulos dos membros desta dinastia) e uma cópia de Hamlet, de William Shakespeare, que o ajudaria a conter as crises de fúria causadas por sua condição. Oc tem um sério problema de Déficit de Atenção (DDA), além de ter uma memória terrível, beirando o Alzheimer! Oc tornou-se um forte guerreiro, vivendo entre os bárbaros nômades, mas ainda assim é extremamente culto, tendo o hábito de recitar trechos de obras de Shakespeare durante suas batalhas. Ele conheceu Remmil enquanto pilhava o vilarejo onde o mago vivia, juntando-se a ele em sua busca.

Remmil, o arrogante e fracassado mago da ordem da Lua Crescente, é filho de uma bruxa famosa e tem um irmão gêmeo que é respeitado dentro de sua ordem mágica. Remmil vivia uma vida pacata e sem glórias, até descobrir a existência do Tomo de Edmund e decidir procurá-lo.

Apesar de baixinho e de ter se mostrado não muito brilhante na resolução dos problemas que enfrenta, o mago tem um certo talento na magia.
Para denotar sua inteligência, ele costuma falar sempre na norma culta, mesmo em situações descontraídas, ocasionalmente confundindo o significado de algumas palavras mais complicadas.
Apesar de sua personalidade geralmente egocêntrica e arrogante, que faz as vezes o mago tomar decisões mesquinhas e imorais, ele parece ter uma consciência humanitária que, embora raramente mostrada nas tiras, demonstra que ele é muito mais íntrego do que parece. Remmil já mostrou altos niveis de heroismo e competência ao destruir golems de pedra com facilidade. Ele é o líder do trio e está sempre decidindo que caminhos eles devem tomar.

Idana, a princesa amazona, não tem muito traquejo social. Além disso, ela tem problemas de equilíbrio, sofrendo quedas frequentes. É uma excelente arqueira, seguindo a tradição das amazonas, mas devido a sua devoção a deusa amazonica, ela é capaz de matar seres do além com suas flechas. Filha de Pilate, a rainha das amazonas, descobriu aos 15 anos, que sua mãe mentira para ela em relação ao seu pai, que ainda vivia, e era um mago, de nome Saru Pnit. Ela se revoltou e passou a viver isolada, frustrando sempre que possível os planos de Pilate. Numa dessas ocasiões ela conheceu Remmil e Oc, que haviam sido capturados pelas amazonas. Ao libertá-los, descobriu que Remmil havia sido aluno de seu pai, e então juntou-se aos dois protagonistas para procurá-lo.

Ela foi uma bela adição ao grupo, visto que a empatia do público tanto feminino quanto o masculino é muito grande com ela.

Fazem parte desse universo, alguns personagens secundários que vez ou outra aparecem nas tiras, sejam como antagonistas ou como companheiros de aventura. Alguns se destacam como o vilão Dragão Azul, o mago Saru Pnit, o nobre Capitão Mutombo (que salvou alguns escravos com a ajuda de Remmil), o Velho Asurnam (um mago morto-vivo muito popular na série), D. Arad Sem, o Cavaleiro Amarelo (uma espécie de “namoradinho” da Idana), entre outros.

Uma curiosidade das tiras é que os encantos proferidos pelos magos ou os nomes estranhos de alguns personagens, são anagramas e tem um significado. É nada mais do que um joguete de palavras que muitas pessoas, e eu me incluo nessa, não conseguem nunca desvendar!

A HQ começou a ser publicada como um passatempo do desenhista Fabio Ciccone, ainda sem muito compromisso, com atualizações erráticas no formato de blog. Logo que assumiu a alcunha Magia e Barbaridades, as atualizações passaram a ser mais freqüentes, tendo chegado a serem diárias, mas o formato manteve-se basicamente o mesmo. Foi mais ou menos no começo de 2008 que comecei a acompanhar a série. Ultimamente não estou lendo mais nada a respeito, mas para atualizar essa matéria, revi algumas tiras do Magias & Barbaridades, que agora deixou de ser blog e passou a ser publicada em um site próprio.

O site atual, ainda está com um layout bem parecido com um blog, mas com atrações que vão além das tiras. Agora, as novas tiras são publicadas todas as segundas e quintas-feiras e já conta com uma versão em inglês.

Além de estar entre as cinco webcomics mais populares do Brasil, no 4° posto, conforme o Portal TOP 100 Webcomics Brasil, elas já foram indicadas ao prêmio de melhor publicação de 2008 na Premiação Apaixonados por Quadrinhos!

O interessante é que conforme foi passando o tempo Ciccone está com o traço cada vez melhor! Quanto ao conteúdo das tiras, que vão do humor à ação, você percebe o quanto fica legal a mistura desses dois elementos quando bem utilizados. Sempre respeitei muito o tirinistas que faziam tiras de ação, pois é realmente difícil, no caso da ação, você conseguir fazer com que o leitor fique instigado à ler a próxima tira, e isso ele consegue fazer.

Uns dois anos atrás eu fiz uma pequena homenagem ao M&B aqui no meu blog e já entrei em contato com o Fábio mostrando meu interesse em fazer uma tira exclusiva pro site!
Espero que dê certo!

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