Uaréva! Sala de Star Sala de Star

Sala de Star

Olá loucos e insanos que após a primeira vez voltaram para dar mais sentadinha (risos), e aqueles que estão estreando sua passada por essa coluna, está no ar mais uma edição da minha, da nossa, da torcida do Flamen…perai! Essa não. (risos). Uarévaa, começa mais uma Sala de Star e eu, seu anfitrião, entrevisto mais um fundador do site que inspirou esse blog a existir, o Melhores do Mundo.

Nessa edição o cara com os posts mais sérios do site, dito como o lider pelo Change e a roupa de inseto masi legal: Bugman. Essa seria uma série de entrevistas com todos os participantes do MDM, porém, tivemos alguns contratempos. O Ultra não podemos marcar um dia de entrevista pois sempre se encontra em “estado etílico avançando”, o Mallandrox precisava de autorização dos pais, o Hell é…digamos…já sentiu o cheiro de enxofre?

Bem, fiquem com a “pequena” entrevista e comentem, mandem suas sugestões e reclamações pois sempre estou nesse velho e querido sofá, porque? A casa é nossaaaa!!!

Star: Para começar, como você foi parar no Melhores do Mundo?
Bugman:
Na verdade, fui um dos fundadores. O Thales (Ultra) chegou pra mim e disse: “podíamos fazer um blog como esse cara”, ele falava do blog do Spider, que na época era hospedado no blogger.com.br. Eu gostei da idéia e aprovei, mas disse que deveríamos fazer com personagens próprios (na época, o Spider assinava como “Peter Parker”) e que eles poderiam ser sátiras a super-heróis.
Eu tive o nome “Blogman” como sátira ao “Batman”. O Felipe (Change) entendeu como se fosse uma referência ao Superman e no template chegou a desenhar uma sátira do azulão. Só no segundo template o Blogman ganhou seu primeiro visual. O Change só passou a se chamar Change depois também. No início ele era “Francisco Coelho”, que era um nick que o Felipe usava no blogger.com.br.
A idéia das frases em terceira pessoa foram por causa da coluna do Agamenon. Agora, o tom das frases sempre teve algo das revistas nerds como a extinta Herói e Wizzard.
O curioso é que só eu era uma sátira de um personagem de comics. Os outros dois escolheram satirizar personagens de seriados japoneses. Somos toscos mesmos. Depois veio o João (Gama) que era um leitor que fez dois ótimos artigos e ajudou bastante a gente em um momento em que a faculdade estava pegando.
Posteriormente, quis me dedicar a outras coisas e saí do MdM pouco antes do site ir para um domínio próprio. Fiquei um ano fora. Dirigi dois curtas, trabalhei com cinema e resolvi voltar e tive a felicidade de ser bem recebido pelos meus grandes amigos. Inclusive, por pessoas que entraram depois que saí como o Ale (que se tornou Spiderblog) e o Hell (ele existe ou não?) e que considero grandes amigas. O chato é que o Ale saiu bem quando voltei. Mas depois ele voltou de novo. E já saiu. Somos mesmo uma equipe de super-heróis. Nem a Kitty Pride sai e volta tanto quanto a gente pra uma equipe.

Star: A propósito, quem é o líder do MDM?
Bugman:
Sempre fui eu, na brincadeira, claro. Ninguém manda de verdade. Tem quatro pessoas que costumam decidir algumas coisas mais burocráticas, mas todo mundo têm direito a palavra. Na brincadeira, o Bugman se declarou líder do MdM em um post e o Felipe sempre usava isso como moeda de troca para me convencer a fazer coisas absurdas. “Participa de um Fica Comigo Nerd. Pôxa, cara. Você é o (ênfase melodramática) líder do MdM” e por aí vai. Isso começou a ser contestada quando fizeram a comunidade “o líder é o CBD”, mas a melhor prova de que eu sou o líder é que nos quadrinhos os líderes são sempre os mais buchas e certinhos. É como se eu fosse o Ciclope. O Change é o mais popular. Ou seja, ele é o nosso Wolverine.
Considero o Change uma espécie de alma do MdM. Acho que os primeiros posts dele apontaram o caminho que a gente seguiu e não sei mesmo como a gente faria o blog sem o Change. O Ultra teve a idéia do site, eu dei a idéia do nome, mas o Felipe inventou o conceito que definiu nosso conteúdo: safadeza.

Star: E conte para o povo de casa, qual a receita para aturar um bando de nerds desocupados enchendo o seu saco no site e no orkut?
Bugman:
Ah, sei lá…Normalmente eu sou calmo, mas tem vezes que eu me estresso e respondo às provocações o que é a pior coisa que qualquer blogueiro pode fazer. Particularmente, acho que ter muita gente falando mal de você é normal quando você ganha audiência. Talvez eu encare isso bem porque seja jornalista. Então estou acostumado a criticarem o meu trabalho publicamente. Procuro sempre responder com calma e atenção às críticas que são feitas no intuito de melhorar ou com elegância. As que são mal educadas, têm que ignorar mesmo.
Tem muita gente que me acha no orkut e me dá os parabéns, me manda sugestão de pauta etc. Tento sempre responder tudo – as vezes com meses de atraso – mas nem sempre dá. Mas adoro mesmo receber sempre mensagens de tanta gente. A microfama o melhor dos mundos: você tem um grande número de pessoas que te escutam e gostam de você, mas pode ir ao Shopping ser sempre parado.
Se bem que uma vez quando eu estava na rua, um cara me parou e muito rapidamente e sacou: “você é o Change do Melhoresdomundo, né?”

Star: Uma questão que sempre me deixou curioso, quem é o estilista de suas roupas? E como você agüenta usar esses uniformes colantes em pleno calor tropical?
Bugman:
O nosso estilista é o Nerd Reverso. Quanto à segunda pergunta…Bom, eu evito sair do QG que tem ar condicionado.

Star: Por falar nisso, como é a vida cotidiana de um super-herói brasileiro?
Bugman:
Igualzinha a dos heróis americanos. Exceto que usamos transporte público. Porém, apoiamos um Projeto de Lei do senador Renan Calheiros para que o Estado nos subvencione. Assim, a gente vai poder se dedicar só às nossas atividades de super-herói brasileiro: tropeçar no chão, brigar com bichos de pelúcia e contar histórias sobre os combates que nunca lutamos.

Star: Uma das causas que você como herói combate é o scan de revistas em quadrinhos, isso todos nós sabemos. Mas alguma vez você já leu um e viu como é a qualidade, ou é só uma questão ideológica?
Bugman:
Não, nunca li. Até ganhei dois CDs de scans uma vez como presente de aniversário, mas nunca li. Já vi como é a qualidade porque tenho amigos que lêem e já houve circunstâncias de ver uma página ou outra, o que considero muito diferente de baixar ou ler scans. Mas mesmo antes de me posicionar sobre isso, nunca me agradou a idéia de baixar scans. O mesmo com música. Então eu nunca fiz.
Na verdade, isso é uma questão que ficou muito mal interpretada entre alguns leitores. Eu combato duas frentes: a miopia das editoras e o pessoal que lê scans indiscriminadamente. O último acabou ficando mais na cabeça porque havia quem quisesse defender o indefensável e contar abobrinhas como “scan é legal”. Não é e isso atrapalha muito discutir. Outro papo é o de que “isso não atrapalha ninguém”, mas diversos roteiristas e editores criticam quem faz. Recorrer sempre à uma única declaração do Quesada de algum tempo atrás que deu o benefício da dúvida ao scan não é certeza, mas achismo. Aqui no Brasil, a gente quase ficou sem ter comics nas bancas e ler scans só ajuda a tornar nosso mercado pior.
Posso te dizer que a minha opinião hoje é diferente de quando fiz o primeiro post sobre a questão. Antes, eu achava que o scan era errado de qualquer forma, mesmo se fosse para comprar depois. Contudo, eu sempre achei um absurdo nenhuma editora fornecer scans legalmente (só recentemente isso ocorreu). Hoje, acho que existe sempre dois parâmetros para discutir isso: o ético e o prático. No campo prático, não tem jeito. A coisa vai continuar e vai aumentar. O segredo é que a indústria descubra não como impedir o scan ilegal, mas como lucrar com o fato de uma história ser extremamente lida na internet, ainda que de graça.
Propagandas nas HQs – como colocar logos da nike na camisa de um mutante – ajudam. Mas o merchandising nunca pagou uma novela ou qualquer produto cultural. Só ajuda. Não é isso que vai sustentar uma revista, mas é uma idéia. O maior problema é que uma solução pra isso passa para que a indústria trabalhe como indústria. E não separadamente. Marvel e DC pensaram em alternativas separadamente até aqui. E foi bom. Mas é preciso que todas as editoras se unam e estudem uma forma conjunta de vencer assim. Os quadrinhos dependem muito disso. E vão depender cada vez mais da internet. Não duvide disso.
No campo ético, é errado baixar scans. Se você vai comprar depois, pode ser razoável. Mas você nem sempre vai comprar. Quando eu não sei qual o sabor de uma comida, eu pago e experimento. Se não gosto, não como mais e falo mal dela. Eu não compro certas revistas há anos – como Spawn – porque sei que não há nada de bom ali. Não consumo e nem pago. Simples. Queria muito ler Lost Girls do Alan Moore, mas hoje ainda não tenho grana. Vou juntar e espero fazer isso até o fim do ano. E só. Quando você baixa scans, fica meio difícil saber o que é bom e o que é viável comercialmente. Não quero que a Conrad deixe de lançar Manara porque todo mundo lê, mas quem paga não é o suficiente pelo trabalho. E por aí vai…
Mas é claro que cada caso é um caso. Existe quem baixe scans de livros de faculdades caríssimos e, ainda que isso não seja ético, hoje eu sei que não posso dizer que é um absurdo. Afinal, tem livro custando mais do que um salário mínimo para estudantes que mal têm mesada.. No fim das contas, cada um vai ter que saber o que acha correto ou não fazer. Mas as editoras têm todo o direito legal de processarem quem baixa scans. Ética e legalmente, costumo ver isso como correto. Na prática, não. E a praticidade é fundamental em qualquer sociedade capitalista. E até mesmo para leis.

Star: Sendo rápido e rasteiro como nos filmes de faroeste: se o registro de heróis existisse no mundo dos MDM´s, assim como no Universo Marvel, de que lado você ficaria, a favor ou contra? E Por quê?
Bugman:
Capitão América. Acho um dos heróis mais inspiradores e achei que esse tipo de controle desrespeitaria a liberdade individual dos superseres.

Star: E para encerrar: Poderia deixar uma mensagem para os leitores do Uarévaa?
Bugman:
Eu não gosto de vocês. E visitem meu outro blog:
http://www.quinzeminutos.net/

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